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Razões para um Psicólogo não querer mais atender um paciente

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Razões para um Psicólogo não querer mais atender um paciente.

Um Psicólogo não querer mais atender um paciente é uma medida extrema, tomada apenas quando todas as outras alternativas foram esgotadas.


Se a frase “minha psicóloga não quer mais me atender” já passou pela sua cabeça, saiba que você não está sozinho. Essa é uma situação delicada, que causa estranhamento, tristeza e até dúvidas sobre o próprio processo terapêutico.

Mas antes de tirar conclusões precipitadas, é importante entender os possíveis motivos por trás dessa decisão profissional. Afinal, o Psicólogo também é humano e está sujeito a limites éticos e emocionais.

Muitas vezes, a decisão de interromper o atendimento de um paciente não significa rejeição, descaso ou desinteresse. Ao contrário, isso pode ser um ato de cuidado e respeito pelo processo terapêutico. Existem normas éticas na profissão que devem ser seguidas, e elas influenciam diretamente essa escolha.

Além disso, o profissional pode perceber que não está conseguindo ajudar como deveria, e essa percepção é válida e necessária.


1. Incompatibilidade de alinhamento terapêutico

Um dos principais motivos para que o Psicólogo decida encerrar o atendimento é a falta de alinhamento entre suas abordagens terapêuticas e as necessidades do paciente. Cada psicólogo possui métodos e teorias que guiam sua prática, como a psicanálise, o comportamentalismo ou a terapia cognitivo-comportamental.

Se o paciente busca algo que o profissional não pode oferecer, o progresso na terapia será comprometido.

Por exemplo, imagine que você procure ajuda para tratar questões práticas e diretas, como ansiedade no trabalho, mas sua Psicóloga utiliza uma abordagem mais introspectiva e focada no passado. Pode ser que os caminhos não se cruzem de forma produtiva.

Nesses casos, o Psicólogo percebe que não está sendo tão útil quanto gostaria e, por isso, recomendar que você procure alguém com uma abordagem mais adequada.

Além disso, a incompatibilidade pode ir além da técnica. Em algumas situações, personalidades muito diferentes dificultam a criação de um vínculo terapêutico sólido. Um Psicólogo ético reconhece quando isso acontece e sugere alternativas para que você continue a se desenvolver.

Exemplo: Joana buscava ajuda para lidar com crises de pânico, mas sua Psicóloga percebeu que o método adotado não estava funcionando. Elas conversaram abertamente e Joana foi encaminhada para outro profissional especializado em crises agudas.


2. Limites éticos e conflito de interesses

Outra razão para o encerramento do atendimento é a necessidade de respeitar limites éticos. De acordo com o Código de Ética da Psicologia, o profissional deve evitar qualquer situação que comprometa sua imparcialidade ou colocar o paciente em risco emocional. Isso inclui vínculos pessoais, familiares ou mesmo financeiros que possam surgir.

Por exemplo, se um paciente e o Psicólogo passam a se encontrar em situações sociais frequentes, isso cria um conflito de interesses. Imagine que você descubra que a Psicóloga é amiga próxima de um parente seu. Essa proximidade pode interferir na neutralidade do atendimento e, por isso, o profissional decide interromper o trabalho. É uma forma de proteger a qualidade da relação terapêutica.

Além disso, existem questões de limite pessoal do Psicólogo. Se o profissional perceber que o caso desperta nele emoções ou reações intensas comprometem sua prática, ele deve, eticamente, encaminhar o paciente para outro colega.

Exemplo: Carlos estava lidando com um divórcio e percebeu que sua psicóloga parecia desconfortável ao abordar o tema. Após uma conversa sincera, ela explicou que estava enfrentando algo semelhante em sua vida pessoal e recomendou outro terapeuta para continuar o processo.


3. Estagnação no processo terapêutico

Em alguns casos, o Psicólogo pode sentir que o processo terapêutico não está avançando como esperado. A terapia é uma construção conjunta, e tanto o paciente quanto o profissional precisam estar engajados para que os resultados apareçam. Quando isso não acontece, é necessário reavaliar a continuidade do atendimento.

Um exemplo comum é quando o paciente não se sente confortável para se abrir ou não consegue confiar no profissional, mesmo após várias sessões. Essa barreira impede que a relação terapêutica atinja seu potencial, levando o Psicólogo a sugerir um novo profissional. Essa decisão é pautada no desejo de garantir o melhor cuidado possível para você.

Além disso, a estagnação pode ocorrer por resistência do paciente em enfrentar questões mais profundas. O Psicólogo pode perceber que está insistindo em um caminho que não está trazendo mudanças e, por isso, sugerir uma pausa ou a troca de terapeuta.

Exemplo: Ana frequentava sessões há meses, mas sempre desviava o foco dos temas mais delicados. Sua Psicóloga sugeriu que ela experimentasse uma abordagem diferente com outro profissional.


4. Necessidade de especialização

Nem todos os Psicólogos estão preparados para lidar com todas as questões. Se o seu caso requer um nível de especialização que o profissional não possui, ele pode optar por interromper o atendimento. Isso não é uma falha, mas sim um reconhecimento honesto das limitações.

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Por exemplo, casos que envolvem transtornos graves, como esquizofrenia ou transtorno de personalidade, muitas vezes demandam conhecimento e experiência específicos. Se a sua Psicóloga perceber que não tem as ferramentas necessárias para tratar sua condição da melhor forma, ela recomendará alguém mais especializado. Isso é um ato de cuidado com você e com a sua saúde mental.

Além disso, algumas áreas, como terapia de casal ou intervenções em crises severas, exigem uma formação complementar que nem todo Psicólogo possui.

Exemplo: Pedro buscou ajuda para questões relacionadas à dependência química, mas sua Psicóloga, percebendo a necessidade de um tratamento mais direcionado, sugeriu que ele procurasse um especialista nessa área.


Por último, mas não menos importante, o Psicólogo também pode enfrentar desafios pessoais e profissionais. O trabalho na psicologia é emocionalmente exigente, e o profissional pode atingir um ponto de exaustão. Isso impactará sua capacidade de oferecer um atendimento de qualidade.

Se o Psicólogo estiver lidando com muitos pacientes ou enfrentando problemas pessoais, ele pode decidir reduzir sua carga de trabalho. Essa escolha, embora difícil, é uma forma de preservar a saúde do próprio profissional e garantir que os pacientes recebam o melhor cuidado possível. Nesse contexto, ele priorizará alguns atendimentos e encerrar outros.

Além disso, o burnout é uma realidade para muitos profissionais da saúde. Exemplo: Maria notou que sua Psicóloga parecia menos engajada e comunicou essa percepção. A Psicóloga, de forma honesta, explicou que estava passando por um período difícil e recomendou uma colega para dar continuidade ao processo terapêutico.


Resumo

RazãoDescriçãoExemplo
Incompatibilidade terapêuticaDiferença entre abordagem do psicólogo e necessidade do pacienteJoana foi encaminhada a outro profissional mais adequado.
Limites éticosConflito de interesses ou envolvimento pessoalPsicóloga amiga de parente sugeriu troca.
Estagnação na terapiaFalta de progresso no processoAna foi encaminhada após meses sem avanços.
Necessidade de especializaçãoCaso exige conhecimento que o profissional não possuiPedro foi recomendado a um especialista em dependência química.
Exaustão ou burnout do psicólogoPsicólogo reduz carga devido a questões pessoais ou profissionaisMaria recebeu indicação de outra profissional.

Boas práticas do Psicólogo e direitos do paciente

1. Comunicação Clara e Respeitosa

O Psicólogo tem a responsabilidade de comunicar sua decisão de forma transparente e empática, explicando as razões de maneira que você, como paciente, consiga compreender. Isso evita mal-entendidos e oferece a oportunidade de esclarecer quaisquer dúvidas.

É uma boa prática que o profissional reserve uma sessão específica para esse diálogo, onde você possa processar a informação e conversar sobre seus sentimentos. A decisão não deve ser repentina ou parecer uma ruptura abrupta, mas sim parte de uma conversa profissional e ética.

2. Encaminhamento para outro profissional

O Código de Ética da Psicologia recomenda que o profissional, ao encerrar um atendimento, auxilie o paciente na transição para outro terapeuta. Isso inclui indicar um ou mais profissionais que tenham expertise na sua área de necessidade ou que possam continuar o trabalho de forma eficaz.

Além disso, o psicólogo deve se disponibilizar a transferir informações relevantes para o novo terapeuta, com a sua autorização. Isso garante a continuidade do atendimento e minimiza possíveis prejuízos emocionais causados pela troca.

3. Respeito ao tempo do paciente

A interrupção do atendimento não deve ser feita de forma abrupta, exceto em situações de força maior. O psicólogo deve oferecer um prazo para que você possa se organizar emocionalmente e buscar outro profissional. Isso inclui continuar as sessões durante esse período de transição, se possível.

Essa prática ajuda a evitar que o paciente se sinta desamparado ou abandonado. O respeito ao tempo necessário para assimilar a mudança é fundamental para preservar sua confiança no processo terapêutico.

4. Direitos do paciente

Como paciente, você possui direitos que devem ser respeitados durante todo o processo terapêutico, inclusive no encerramento do atendimento. Estar ciente desses direitos ajuda a garantir que sua experiência seja positiva e ética, mesmo em um momento delicado como esse.

  • Direito à informação: Você tem o direito de saber os motivos que levaram o Psicólogo a encerrar o atendimento, desde que eles não coloquem o profissional em situação vulnerável ou envolvam questões pessoais.
  • Direito à continuidade do tratamento: Se o atendimento for interrompido, o Psicólogo deve colaborar para que você encontre outro profissional, garantindo que não haja prejuízo à sua saúde mental.
  • Direito à confidencialidade: Todas as informações compartilhadas durante a terapia permanecem protegidas pelo sigilo profissional, mesmo após o término do atendimento.
  • Direito à ética e respeito: O encerramento deve ser feito de forma cuidadosa, sem julgamentos ou desconsiderações em relação às suas questões.

5. A importância da ética e do cuidado

O encerramento de um atendimento não deve ser visto como um abandono, mas sim como um ato de cuidado. O Psicólogo que segue as boas práticas está garantindo que você receba o melhor tratamento possível, mesmo que isso signifique passar o atendimento para outro profissional.

Por outro lado, é essencial que você, como paciente, se sinta ouvido e compreendido nesse momento. Se sentir que seus direitos não foram respeitados ou que a decisão foi tomada de forma inadequada, é possível buscar orientação junto ao Conselho Regional de Psicologia (CRP).


Resumo adicional

Boas PráticasDescriçãoExemplo
Comunicação claraExplicar a decisão de forma respeitosa e empáticaPsicóloga reserva sessão específica para a conversa.
EncaminhamentoOferecer indicações de outros profissionais e facilitar a transiçãoIndicação de dois especialistas alinhados às suas questões.
Respeito ao tempoOferecer um prazo para o paciente se organizar emocionalmenteManter sessões por mais um mês durante a transição.
Respeito aos direitos do pacienteGarantir informação, confidencialidade e continuidade do tratamentoExplicação dos motivos e garantia de sigilo.

Perguntas frequentes

  • Por que “minha psicóloga não quer mais me atender”?
    Isso pode ocorrer por incompatibilidade terapêutica, limites éticos, estagnação no processo, necessidade de especialização ou exaustão do profissional.
  • O que significa “quando o psicólogo desiste do paciente”?
    Essa frase pode se referir a situações onde o profissional percebe que não está ajudando como deveria e opta por encaminhar o paciente para outro colega.
  • Como lidar com essa situação?
    Converse abertamente com o Psicólogo, entenda os motivos e esteja aberto a buscar outro profissional.
  • É culpa minha se o Psicólogo desistir?
    Não! Essa decisão geralmente está relacionada a fatores profissionais ou éticos, e não a você como pessoa.
  • Como encontrar outro Psicólogo?
    Peça uma recomendação ao seu atual psicólogo, procure indicações de amigos ou plataformas confiáveis na internet.


Palavras finais

Se você passou por uma situação em que “minha Psicóloga não quer mais me atender”, lembre-se de que essa decisão não é uma rejeição pessoal. É importante encarar essa situação como uma oportunidade de reavaliar suas necessidades e buscar o melhor para sua saúde mental. O Psicólogo que sugere a interrupção do atendimento está, na verdade, zelando pelo seu bem-estar.

Quando o Psicólogo desiste do paciente, isso geralmente está relacionado à busca por um atendimento mais eficiente e alinhado às suas necessidades. Ter essa perspectiva ajuda a seguir em frente de forma mais positiva, construindo um novo caminho terapêutico.

Por fim, lembre-se de que a terapia é uma jornada e que mudanças no percurso fazem parte do processo. Seja paciente consigo mesmo e esteja aberto a encontrar o profissional certo para você.


Referências

  1. Conselho Federal de Psicologia. Código de Ética Profissional do Psicólogo. Disponível em: https://site.cfp.org.br.
  2. Sociedade Brasileira de Psicologia. Orientações para pacientes. Disponível em: https://sbponline.org.br.
  3. ABRAP. Quando trocar de psicólogo é necessário? Disponível em: .

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Comentários

8 respostas para “Razões para um Psicólogo não querer mais atender um paciente”

  1. Avatar de Luna

    Eu fiz tratamento com um profissional durante nove anos. Comecei no plano, ong e depois particular.
    No decorrer deste tempo ela foi mudando Comigo. Antes, era bem compreensível, empática e responsável.
    Tinham épocas que cancelava mais. Aconteceu que alguns momentos tivemos a transferência e tentamos resolver.
    Foram duas mais sérias, pois ela mudou de local do consultório para mais longe e fiquei bem chateada, porém continuei.
    Só queneu parei de ir desde final de janeiro,pois a mesma falou que saiu do consultório presencial e iria atender todos os pacientes para online. Eu disse tudo bem, mas triste ( não gosto de online) , então falou que iria agendar comigo. Porém,ficou enrolando e não marcou. Entrei em contato e acabamos brigando. Depois disse que era para eu procurar outro profissional. Pedi desculpas, falei que eu queria ela.
    Um dia eu encontrei ela na rua e pedi desculpa e pedi para atender-me. Falou que iria tentar e agendamos. Chega no dia marcado falou que estava passando mal. E eu perguntei se poderia ser na próxima quinta feira não respondeu.
    Tudo fica analisando ela quer que eu não importe.
    Ela interpreta mal a mensagem que eu mando e falou para eu procurar outra profissional novamente. Eu saí do meu trabalho chorando e cheguei em casa arrasada. Mandei mensagem falando que eu estava chateada com ela por essa atitude.
    Estou bem mal ainda e ela não importa.
    Não vou mais humilhar e se ver na rua finjo que não a vi.
    Tenho medo de ir para outro profissional e acontecer a mesma coisa.
    Não quero mais criar vínculo com psicóloga.
    Quero ser fria e sem sentimento.att.

    1. Sinto muito por está experiência ruim. No entanto, não desista. Há muitos outros excelentes profissionais por aí.

  2. A minha desistiu após 2 anos,disse que não poderíamos mais ter contato terapêutico e não atende a minha demanda.apos 3 meses,tentei uma sessão para ela explicar o motivo q eu entenda sem chavões psicanalista, agendei,paguei,no outro dia a secretária me avisa que foi cancelada por motivos terapêuticos e ela não pode me atender.morrerei sem saber

    1. É fundamental receber um motivo para ela não querer te atender.

  3. Avatar de Erica Cid
    Erica Cid

    E se o psicólogo vive dando desculpas por não poder atender os seus pacientes, e deixa as sessões pela metade, o caso da minha filha, ela nem chegou a dar alta da minha filha abandonou ela no meio das sessões e deu somente um atestado e não deu os outros atestados da minha filha pra mim para levar a escola para abonar as faltas dela e como fica ?
    E foi pagas todas as sessões dela.
    Como se chama essa profissional?

    1. Existe um código de ética que deve ser respeitado por todos os Psicólogos. Se você está se sentindo prejudicada, recomendo procurar o conselho regional de Psicologia do seu estado. Eles vão te orientar como proceder.

  4. Avatar de Renan

    Bom vi muito e tudo indica q é pq o paciente n é um bom paciente e n faz seu dever de casa e quando o psicólogo é péssimo, ele nunca vai admitir ou sempre culpa do paciente

    1. Veja este artigo: A falta na sessão de terapia é culpa do paciente ou do Psicólogo?

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