Os principais traços do borderline incluem impulsividade, mudanças de humor, raiva intensa, relacionamentos instáveis e um medo extremo de abandono.
Em alguns casos o borderline está associado ao transtorno de personalidade histriônica, caracterizado por um padrão de comportamentos excessivos por busca de atenção.
As pessoas que são diagnosticadas com borderline são frequentemente rotuladas de manipuladoras, controladoras e até sádicas. Mas, a questão é, por quê?
Não são todas iguais
Primeiro, é importante entender que as pessoas com borderline não são todas iguais. Embora compartilhem muitos padrões emocionais e relacionais, existem muitas diferenças entre elas.
Algumas pessoas com borderline estão altamente conscientes de seus gatilhos, e fazem um grande esforço para construir relacionamentos saudáveis e estáveis.
Elas sabem por que estão tão inseguras, e acabam fazendo tudo o que podem para ter uma abordagem mais equilibrada quando se sentem provocadas.
Por outro lado, alguns borderline têm traços mais narcisistas e não são tão autoconscientes. Esses são os que tendem a se tornarem abusivos, violentos e controladores.
Essas diferenças precisam ficar claras para não estigmatizarmos aqueles que realmente se esforçam para lidar com o transtorno (que é, essencialmente, um conjunto de mecanismos de enfrentamento disfuncionais).
Estado de angústia constante
Algo que todos os borderline compartilham é o constante estado de sofrimento emocional. Tudo o que fazem decorre do medo do abandono.
Esta é uma das principais razões pelas quais seus relacionamentos são tão caóticos e imprevisíveis.
Na mente do borderline, amor significa caos e, consequentemente, significa que criar o caos para é um pré-requisito para se sentir amado (seja consciente ou inconscientemente).
Embora as pessoas com vínculos mais seguros saibam como atender às suas próprias necessidades e não tenham problemas em confiar em um ente querido, o borderline carece dessas habilidades.
O borderline é manipulador e sádico?
Pode muito bem haver alguns indivíduos com borderline que são genuinamente manipuladores ou sádicos, especialmente aqueles com traços narcisistas muito fortes.
Em vez de ser honesto e expressar calmamente suas necessidades, ele recorre a táticas de “manipulação”, como autovitimização, culpar os outros, provocar brigas, fazer ameaças, etc.
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Portanto, ele frequentemente precisa “manipular” os outros para ter suas necessidades atendidas.
O borderline têm necessidades e estratégias de enfrentamento muito complexas. E a manipulação é uma delas.
Por exemplo, em vez de dizer:
- “Estou me sentido ansioso. Você pode passar algum tempo comigo hoje para ajudar a me sentir melhor?”;
Ele dirá:
- “Você não se importa comigo” ou;
- “Eu sei que você não me ama” para fazer o parceiro se sentir culpado e condicionar seu comportamento.
Na maioria das vezes, o borderline não está manipulando intencionalmente os outros, daí as aspas. Embora suas ações pareçam maliciosas, ele está apenas tentando satisfazer suas necessidades.
Quando essas táticas não funcionam e não recebem o amor, a atenção e a validação de que tanto precisam, o borderline explode.
Ele têm ataques de raiva e torna-se particularmente volátil.
Também é importante ter em mente que existe uma relação direta entre o borderline e os traumas na infância.
Muitas pessoas com borderline foram criadas por pais inválidos, instáveis e até abusivos. Quando crianças, elas provavelmente aprenderam que a manipulação era a única maneira de se sentirem amadas e cuidadas.
Um borderline não tem um ego saudável para basear sua sobrevivência. Ele só pode sobreviver com um fluxo constante de amor e carinho e, se secar, o mundo desmorona.
É daí que vêm os esforços frenéticos para evitar o abandono, porque o borderline sabe muito bem que é incapaz de funcionar sem ele.
A manipulação pode ser eficaz a curto prazo para atender às suas necessidades, mas a longo prazo destrói os relacionamentos de que precisa tão desesperadamente.
Além disso, no final das contas, somos todos responsáveis por nosso comportamento.
Não podemos escolher o que acontece conosco, mas sempre podemos escolher como reagir.
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