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O que fazer quando o paciente se apaixona pelo Psicólogo?

Apaixonar-se pelo Psicólogo é ter sentimentos positivos e intensos por uma pessoa que o ajuda seu paciente com questões importantes.


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O que fazer quando o paciente se apaixona pelo Psicólogo? É comum que os pacientes gostem do seu Psicólogo, e alguns podem amá-lo como se fosse um pai.

Esses pacientes se sentem seguros, protegidos e adoram ter um cuidador que atenda às suas necessidades sem exigir muito em troca.

Outros vêem seu Psicólogo como um amigo ideal, uma pessoa que os entende e não os julga.

Ainda assim, outros desenvolvem sentimentos eróticos e românticos sobre seu Psicólogo e imaginam sexo ou mesmo casamento.

Pode ser assustador quando um paciente se apaixona pelo Psicólogo. Contudo isso é compreensível, afinal um Psicólogo:

  • Não julga;
  • É compassivo;
  • É empático;
  • É paciente;
  • É bom ouvinte;
  • Gastam tempo e esforço para conhecê-lo e;
  • Se esforçam para se concentrarem nos pontos fortes dos pacientes.

Por causa do relacionamento unilateral intencional, os Psicólogos também parecem perfeitamente saudáveis ​​o tempo todo. Quem não gostaria de um relacionamento assim?

Não é nenhum mistério por que alguém pode apreciar este relacionamento e até mesmo querer levar o Psicólogo para casa!

Para alguns pacientes que se apaixonam por seu Psicólogo, a culpa provavelmente é de uma dinâmica chamada “transferência”.

O paciente transfere um desejo não resolvido de sua vida para a relação com o Psicólogo.

Por exemplo: uma mulher que sempre se sentiu ignorada e rejeitada por seu pai começa a se apaixonar por seu Psicólogo porque ele “presta muita atenção nela e trabalha para entender tudo o que ela sente, sem julgamento”. Isso parece “a única peça que está faltando em sua vida inteira”.

A transferência realmente apresenta uma oportunidade importante na terapia, como uma grande seta apontando para as próprias questões que precisam ser abordadas e trabalhadas.

É o trabalho inacabado na vida de um paciente.

Por que a transferência ocorre?

A transferência ocorre porque o ambiente terapêutico é geralmente visto como um ambiente seguro, de suporte e nutridor.

Os Psicólogos são vistos como aceitadores e com influências positivas na vida do paciente, mas às vezes também como guias autorizados. Nessas várias funções, pode acontecer de:

  • O Psicólogo inadvertidamente assumir papéis anteriormente ocupados na vida do paciente por um de seus pais; ou
  • O paciente se apaixonar pelo suprimento aparentemente infinito de sabedoria e auto-estima positiva que o profissional oferece.

Os efeitos podem ser tão inebriantes quanto o primeiro amor.

Nesse mundo cada vez mais distante, alguém que passa quase uma hora inteira dando atenção exclusiva para seu paciente pode se tornar bastante semelhante a um Deus.

Os Psicólogos também podem representar um indivíduo na vida de um paciente que proporcionou a aceitação incondicional (e talvez o amor) que nós tanto buscamos em outras pessoas importantes, como a mãe, o pai, o irmão ou o amante.

Um Psicólogo não pede que um paciente seja outra coisa senão ele mesmo.

E no ambiente emocional honesto que costuma ser encontrado no consultório de um Psicólogo, é fácil idealizar (e, em alguns casos, idolatrar) o profissional atencioso e receptivo que está sentado à frente do paciente.

Transferência ou amor verdadeiro?

O amor verdadeiro distingui-se da transferência na forma de atração envolvida.

Se você sente uma atração obsessiva que não é baseada em qualquer mérito real, ou seja, em que você sabe que o Psicólogo não é realmente um bom par romântico para você, então têm-se a transferência.

Porém, às vezes, o amor de transferência pode se transformar em um amor mais profundo.

Mas, quando se trata de terapia, você deve reconhecer seus sentimentos, explorar por que essas emoções surgiram e não se esquecer de comunicar o seu Psicólogo.

Se você tiver um Psicólogo bom, treinado e ético, ele será aberto e acolhedor para falar sobre o que você sente por ele.

Contanto que vocês dois respeitem os limites que foram estabelecidos no início, não haverá necessidade de encerrar a terapia antes que tudo saia do controle.

Naturalmente, esta é uma situação desconfortável e provocadora de ansiedade. O paciente pode querer ignorar ou rejeitar seus sentimentos, ou querer parar de ir à terapia por completo por sentir-se mal.

Então se o paciente se apaixona pelo Psicólogo e, embora intelectualmente entenda que este é apenas um processo normal de terapia, ele precisa fazer algo a respeito.

A primeira coisa a entender é que isso não é algo de que ele deva ter vergonha ou medo.

Esse tipo de paixão não é uma característica incomum da terapia, e esses tipos de sentimentos não são algo que o paciente possa simplesmente ligar e desligar à vontade.

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Ter esses sentimentos pelo Psicólogo não é “antiprofissional” nem ultrapassa qualquer tipo de barreira terapêutica. Porém é importante compartilhá-los.

Novamente, isso mostra que algo importante está acontecendo na vida emocional do paciente, e que há algo que precisa ser melhor explorado.

Claro, esta pode ser uma das conversas mais estranhas que o paciente terá, mas pode ser profundamente curativa.

O paciente pode começar com esta declaração: “Eu gostaria de falar sobre nós. Tenho alguns sentimentos por você que me deixam desconfortável. “.

Ok, eu sei que esta é a etapa mais difícil, mas também é a mais importante.

O Psicólogo é conhecedor e treinado sobre as questões por trás do ato de se apaixonar, e será capaz de conversar de uma maneira aberta e receptiva. Ele oferecerá orientação e apoio sem julgamentos.

Como acontece com a maioria dos problemas na terapia, trazê-lo à luz e falar sobre ele geralmente é suficiente para ajudar a maioria dos pacientes a lidar com seus sentimentos.

O Psicólogo também facilitará o entendimento do assunto no contexto do relacionamento terapêutico, história familiar e passado, e que tipo de coisas o paciente pode fazer para ser capaz de reduzir a intensidade.

Em geral, o Psicólogo o ajudará a explorar de onde vêm os desejos e sentimentos. Muitas vezes é de dor, trauma ou uma perda precoce na infância.

Uma vez que o paciente entende a história passada de tais anseios, o amor romântico ou erótico que é sentido, ele diminui e eventualmente leva ao insight e à mudança.

Psicólogos fazem isso por que esses sentimentos são tão fortes agora e como eles se relacionam com a história do paciente e as atuais circunstâncias de relacionamento.

Eles também criam um plano de tratamento para atender a tantas dessas necessidades de maneira saudável.

Em outras palavras, eles exploram:

  • Por que você quer o Psicólogo?
  • Onde mais você sentiu isso?
  • Como você pode substituir esse sentimento por algo mais saudável, já que apaixonar-se não é uma opção?”

O paciente deve continuar focalizando as razões que o levaram à terapia. Para algumas pessoas, isso será fácil.

Depois de discutir o assunto com o Psicólogo, os pacientes se sentem aliviados como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.

Para outros o processo pode ser mais difícil, e exigir que algum tempo de terapia seja gasto discutindo esses sentimentos.

O que o paciente não deve fazer?

O paciente nunca deve agir de acordo com seus sentimentos, ou não dizer algumas coisas.

Relacionamentos românticos entre Psicólogos e pacientes, mesmo muito tempo depois de terminada a terapia, nunca é uma opção.

Infelizmente, quando o paciente compartilha seus sentimentos, alguns Psicólogos podem ter uma reação insensível. Há vários motivos:

  • Eles podem ter sido treinados em uma técnica específica, mas não para lidar com esse problema;
  • Eles podem não ter feito sua própria terapia para ajudá-los a controlar seus sentimentos, de modo a não responder de forma reativa.

Se um paciente expressa um sentimento em relação a um Psicólogo, seja esse sentimento de raiva, frustração, gratidão ou amor, e ele não consegue aceitar e discutir esses sentimentos, então têm-se um problema.

É como trabalhar com um cirurgião que tem medo de sangue. Nestes casos talvez seja necessário considerar a troca do Psicólogo.

Diga ao seu Psicólogo que discutir o relacionamento é uma parte essencial do seu trabalho. Exprima seus sentimentos e deixe-os reparar o dano. No entanto, se isso não funcionar, busque outro profissional.

Novamente, a comunicação direta é fundamental na terapia. Revele quaisquer pensamentos ou sentimentos estranhos, seja dar um soco ou abraçá-lo (e abraça pode?).

Tudo isso é grão para o moinho, seja um impulso, uma atração, uma emoção. Tudo é uma oportunidade para entender melhor o paciente.

Quanto mais o Psicólogo tiver acesso a esses dados, melhor. Mas não esqueça que todo toque físico entre Psicólogo e paciente tem limites que precisam ser conhecidos e respeitados!

A terapia pode levar a sentimentos de vulnerabilidade, que desencadeiam vergonha, medo ou preocupação. A chave é compartilhá-los e permitir que a estrutura da terapia faça seu trabalho.

“Apaixonar-se” pelo Psicólogo às vezes é um processo normal de terapia.

Significa apenas que o paciente está tendo sentimentos positivos e intensos por outra pessoa que o está ajudando em questões importantes.

Não fuja desses sentimentos ou do seu Psicólogo. Quando os pacientes ou Psicólogos encerram a terapia precocemente, eles perdem a oportunidade de fazer o trabalho mais significativo que ela pode oferecer.

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Comentários

12 respostas para “O que fazer quando o paciente se apaixona pelo Psicólogo?”

  1. Avatar de Wellington
    Wellington

    Olá, Lúcio. Fiz a busca sobre o tema no Google. Encontrei o seu artigo e gostei. Muito esclarecedor. Obrigado. Faz uma semana que terminei (rsrsrs) com minha psicóloga. Já estou sentindo muita falta dela. Toda semana, prometia pra mim que ficaria uma sessão apenas. Mas sinto muita necessidade de falar; não conseguia cumprir a promessa. Fazia de três a duas sessões no mínimo, em um único dia. Já Passei por vários psicólogos. Não procurava psicólogas justamente para não acontecer esse apego, pois sou sozinho — Carente, portanto. Fácil, fácil de se apaixonar —. Também porque receava ofender ou ser inconveniente com uma mulher. Só fui nela porque minha filha insistiu. Talvez eu procure um psicólogo e volte a fazer terapia novamente. Vou sentir saudades dela. Só tenho instagram: wellingtonrodriguescatao. Abraços.

    1. Olá, Wellington! Sinto muito por essa experiência negativa. No entanto, não desista.

  2. Avatar de lucia helena reis
    lucia helena reis

    adorei o post, mas prefiro trabalhar esse sentimento sem falar nada com o psicologo, morreria de vergonha, me sentiria uma tola, mas eu compreendi q e um processo natural, acho que pessoas q foram negligenciadas parentalmente na infancia e que entraram em relacionamentos fracassados so para ter um pouco de atençao, esses fatores deixam lacunas na nossa cabeça confundindo as coisas quando recebemos uma atençao seja de onde vier…

    1. Boa reflexão! Obrigado pelo comentário.

  3. Avatar de Simone
    Simone

    Nossa, amei!!! Obrigada, me ajudou muito.

  4. Respondeu a inúmeras questões muito obrigada por tirar um pouco de seu tempo para publicar estes artigos muito úteis.

    1. Obrigado à você pelo seu feedback!

  5. Avatar de Carolina
    Carolina

    Esclarecedor. Obrigado por compartilhar seu conhecimento.

    1. Grato! Espero que faça bom uso dele.

  6. Avatar de Fábio Menen
    Fábio Menen

    Muito bem explicado! Parabéns.

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