Sim. Às vezes um abraço isolado, quando mutuamente integrado por meio de processos adequados, têm benefícios terapêuticos, e não necessariamente leva a uma intimidade descontrolada no sofá como muitos acreditam.
Alguns Psicólogos perguntarão à você se abraços ou outros toques, mesmo algo tão pequeno como um tapinha no ombro, os ajudaria ou incomodaria.
E fique tranquilo, você não vai devastar ou traumatizar o seu Psicólogo se recusar ser tocado.
Tenho um amigo que trabalha com crianças com necessidades especiais. Ele está acostumado a dar e receber abraços espontâneos, mas quando um paciente impulsivamente pediu um abraço à ele, ele recuou e recusou.
O paciente parece ter ficado mortificado e humilhado, e por um tempo sentiu que sua terapia estava comprometida.
Embora o paciente não fosse capaz de discutir sobre isso com o Psicólogo na terapia, ele ficou emocionalmente estável o suficiente para perceber que os problemas sobre o abraçar eram mais sobre ele do que sobre o Psicólogo.
O que um abraço significa?
É fácil intelectualizar, racionalizar e imbuir contato com ricas questões de transferência psicanalíticas, em vez de apenas vivenciar o abraço como uma necessidade espontânea e inata do calor de outro ser humano, com quem você acabou de compartilhar algum segredo profundo e poderoso.
Abraçar proporciona uma sensação corporal maternal, reconfortante, pré-verbal e crua da “figura materna” que internalizamos, e podemos visceralmente recorrer a isso quando nos sentimos perdidos, sozinhos, com fome, com raiva, ou cansado.
Podemos nos deixar afundar na memória de um abraço reconfortante, consolador e revigorante, e isso traz estabilidade.
O abraço nos dá a capacidade de continuar com vitalidade, com a cabeça erguida, sabendo que se é cuidado por alguém de quem gostamos muito.
Razões para o Psicólogo abraçar o paciente
Permitir a conexão
Por mais simples que seja, alguns Psicólogos esquecem que a conexão com os pacientes é inevitável. Eles estão constantemente em contato com seus pacientes e vice-versa.
Como resultado, eles não devem evitar o contato mas, em vez disso, aprenderem a torná-lo apropriado.
Fortalecer a relação
O Psicólogo é um ser relacional que também depende do conforto e do amor dos pacientes. A maioria das pessoas faz isso.
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A vida definitivamente dói às vezes e ter um Psicólogo por perto para proporcionar conforto físico torna a dor um pouco mais fácil de lidar.
Aumentar o sucesso terapêutico
Há Psicólogos em treinamento que “falham” em se conectarem com um paciente que, inevitavelmente abandonam a terapia. Um abraço transmite aceitação e confiança.
Os pacientes que são encorajados a, por exemplo, criar uma “narrativa de trauma” ou reviver uma experiência se beneficiam da proximidade.
Desenvolver uma visão equilibrada do toque
Há Psicólogos que se opõem completamente ao toque por medo de “ultrapassar os limites”.
Eles não acreditam que o toque seja uma parte importante da terapia e usarão outras formas de comunicação para transmitir compaixão e empatia.
Embora isto seja totalmente aceitável e muitas vezes representativo do seu estilo terapêutico, é importante que os profissionais de saúde mental desenvolvam uma visão equilibrada e aprendam como utilizá-la quando necessário.
Os limites no contato físico entre Psicólogo e paciente
Obviamente que há limites do toque físico entre Psicólogo e paciente.
Apenas uma pequena porcentagem de Psicólogos e pacientes se desvia do propósito de uma terapia e escorrega para as violações éticas (e nesse casos seria interessante você considerar trocar de Psicólogo).
Apesar disso, ainda acredito que o poder de cura do abraço de alguém por quem você tem sentimentos é uma força transformadora e restauradora de vida, que atinge sua pele e seu coração de uma forma que às vezes meras palavras não conseguem.
Como só quem já passou por um Psicólogo sabe, frequentar sessões de terapia não precisam ser baseadas apenas em palavras!
Há coisas que palavras não podem expressar, e o sentimento de abraçar e ser abraçado é uma delas.
Então sim, seu Psicólogo pode e você também pode abraçá-lo se ambos estiverem confortáveis para isso.
No entanto, é bom saber que o vínculo de vocês provavelmente não vai evoluir para uma amizade.
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