Ter um ou mais pais com transtorno de personalidade borderline resultam em uma infância caótica, confusa e até abusiva.
Alguém que tem um pai borderline cresce carregando sentimentos contraditórios sobre si próprio, bem como têm problemas nos relacionamentos e a autoestima em sua vida adulta.
Curar-se dos efeitos de um pai borderline pode ser difícil, mas você sempre pode buscar auxílio de um Psicólogo.
O que esperar?
O filho de um pai borderline enfrenta imensa turbulência emocional durante a adolescência.
Muitos deles descrevem isso como “pisar em ovos”, no sentido de que nunca sabem realmente como seus pais estão.
Um pai borderline oscila entre ser excessivamente apegado ou envolvido com seus filhos, e hostil ou desdenhoso.
Às vezes, ele se apresenta como extraordinariamente amoroso e atencioso. Outras vezes, ele é duro, punitivo e abusivo.
Essa oscilação geralmente persiste durante toda a infância, bem como se tornar mais estrema à medida que a criança cresce.
Traços comuns de um pai borderline incluem:
- Buscar a aprovação constante de seus filhos e outros membros da família;
- Apresentar-se como excessivamente mal-humorado ou deprimido se as coisas não saírem do jeito dele;
- Fazer com que seus filhos sintam que nunca “são bons o suficiente” para ele;
- Atacar com raiva sem um motivo específico;
- Abusar de drogas, álcool ou outros vícios compulsivos;
- Automutilação e/ou tentativas repetidas de suicídio;
- Padrão crônico de amizades ou relacionamentos românticos instáveis;
- Oscilar entre os extremos de “odiar” e “amar” as pessoas;
- Fazer com que os filhos sintam que precisam ser “pais” de seu pai;
- Medos contínuos de abandono;
- Paranoia e desconfiança em relação a outras pessoas.
Efeitos comuns
Crescer com um pai borderline resulta em vários desafios emocionais para os filhos.
Frequentemente, esses filhos tendem a achar difícil confiar nos outros. Além disso, como seu pai não cultiva um forte senso de si mesmo, muitas vezes eles crescem sentindo-se inseguros e envergonhados.
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Em sua vida adulta, o filho de um pai borderline apresentará:
- Habilidades de relacionamento ruins: ele é tão acostumado a cuidar ou agradar as pessoas que cairá em outros relacionamentos que imitam esses padrões;
- Sofrimento emocional: como carece de modelos saudáveis para a expressão emocional, ele se sentirá atrofiado em seus próprios sentimentos;
- Codependência: por se sentir excessivamente responsável pelas emoções de seus pais, ele exibirá padrões semelhantes em outros relacionamentos;
- Instabilidade psicológica: ter um pai borderline não causa doença mental, mas o trauma e a negligência representam fatores de risco para problemas psicológicos futuros;
- Vergonha: ele cresce sentindo-se constrangido e envergonhado da dinâmica familiar;
- Baixa autoestima: se a necessidade de amor incondicional e aceitação não for atendida, ele vai lutar contra sentimentos de baixa autoestima;
- Controle de impulso deficiente: ele terá problemas relacionados com o uso de substâncias, alimentos, jogos de azar ou gerenciamento de dinheiro;
- Confusão de identidade: ele terá dificuldade em encontrar sua verdadeira identidade por que seu pai tem uma percepção variável;
Efeitos na primeira infância
- Apego inseguro: como o pai borderline está muito preocupado com suas próprias necessidades, ele se sente sobrecarregado pelas emoções de seus filhos. Como resultado, o filho cresce se sentindo inseguro e carente;
- Necessidades psicossociais não atendidas: um pai borderline não se preocupa com essa necessidade em seus filhos. Ele transmite repetidamente mensagens negativas sobre o mundo ser um lugar ruim, ou os outros não serem confiáveis;
- Sensação de insegurança: o pai borderline impõe um limite em um dia, mas esquece completamente dele no dia seguinte. Assim, seus filhos sentem que precisam se defender sozinhos;
Efeitos em adolescentes e adultos jovens
- Falta de auto-identidade: o pai borderline é excessivamente controlador ou envolvido na vida de seus filhos. Como resultado, eles consideram inseguro explorarem a própria identidade;
- Falta de confiança: o pai borderline é excessivamente críticos consigo mesmos e com os outros. Erros são considerados totalmente inaceitáveis, e qualquer percepção de falha é punida;
- Propensão a comportamento autodestrutivo: alguém que cresce com um pai borderline o vê machucar ou machucar outras pessoas. Posteriormente, seus filhos podem crescer assumindo que esses comportamentos são aceitáveis;
- Regulação emocional deficiente: se os filhos não aprenderem a identificar e lidar com suas emoções, não terão habilidades de regulação emocional. Como resultado, se tornarão hostis, impulsivos ou defensivos em várias situações.
Efeitos nos relacionamentos
- Problemas com intimidade: pessoas que namoram alguém com borderline acreditam que o relacionamento é imprevisível, caótico e alarmante;
- Incompreensão de relacionamentos saudáveis: um pai borderline prepara o terreno para relacionamentos codependentes e abusivos. Seus filhos crescem acreditando que merecem essa dinâmica ou que ela é completamente normal;
- Dificuldade com funcionamento interpessoal e resolução de conflitos: como um pai borderline é temperamental e explosivo perto de seus filhos, eles aprenderão a reagir da mesma forma, enquanto outros tornam-se mais submissos;
Como lidar?
Lidar com um pai borderline parece não valer a pena, é como uma batalha perdida.
Você pode rapidamente se sentir frustrado, ressentido ou completamente apático. Essas emoções são típicas de alguém na sua situação.
Ao lidar com um pai borderline:
- Continue se educando sobre o transtorno e como isso afeta a dinâmica familiar;
- Evite se envolver em discussões ou conflitos, sempre que possível;
- Defina limites consistentes com o pai borderline;
- Faça uma pausa (e respire fundo algumas vezes) antes de responder;
- Lembre-se de que você não é responsável pelo bem-estar dele.
Como curar-se?
Pode levar algum tempo para desemaranhar todos os velhos padrões de comportamento originários da infância. Dito isto, é possível curar-se das influências de se ter um pai borderline.
Dicas benéficas incluem:
- Estar atento aos seus gatilhos com seus pais;
- Tomar medidas para evitar ou minimizar sua exposição aos gatilhos;
- Identificar e estabelecer limites saudáveis com eles;
- Reconhecer suas próprias lutas relacionais e fazer esforços para melhorar;
- Praticar a autocompaixão pelo seu eu passado e atual;
- Fazer um diário sobre seus sentimentos;
- Praticar o autocuidado regularmente;
- Buscar o apoio saudável dos colegas;
- Participar de uma terapia individual.
Faça terapia com um Psicólogo
Busque um Psicólogo com experiência em transtorno de personalidade borderline e traumas complexos.
A terapia familiar é contraindicada nos casos de se ter um pai borderline. É melhor ter um espaço privado e confidencial onde você possa processar seus sentimentos, sem que seu pai se envolva.
Considerações finais
Conviver com um pai borderline deixa marcas duradouras em todo o sistema familiar.
Mas, apesar de como ele trata seus filhos, existem maneiras de seguir em frente e se curar. Cuidar de si mesmo e buscar apoio costuma ser o primeiro passo na direção certa.
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