Cabeçalho site

Conteúdos sobre narcisismo, borderline e saúde emocional. Psicólogo online com ética e empatia.

A Psicologia por trás das faltas na sessão de terapia

Início » Outros » A Psicologia por trás das faltas na sessão de terapia

A Psicologia por trás das faltas na sessão de terapia

As faltas na sessão de terapia são motivadas, em grande parte, por aspectos emocionais. Porém, é sempre importante comunicar a desistência.


Quando o paciente falta a terapia, os Psicólogos frequentemente se perguntam quais fatores estão em jogo por trás dessa ausência. Será que é algo relacionado à abordagem? Ou seria um reflexo do momento emocional do paciente? Essas perguntas são fundamentais para entender o comportamento dos pacientes e, principalmente, para aprimorar a prática clínica.

Faltas em sessões de terapia parecem apenas um problema logístico, mas na realidade, têm raízes profundas na Psicologia e nas dinâmicas relacionais do paciente. Muitos aspectos emocionais, cognitivos e até sociais contribuem para essa situação. Desde resistência inconsciente até questões práticas, cada falta carrega um significado específico.


O significado psicológico por trás das faltas

Quando o paciente falta a terapia, muitas vezes é mais do que simples esquecimento ou imprevistos. Essa ausência é um reflexo de conflitos emocionais internos. A resistência ao processo terapêutico é um dos fatores mais comuns. Alguns pacientes, inconscientemente, evitam discussões difíceis ou mudanças profundas que a terapia pode trazer.

Além disso, a autossabotagem é outro comportamento comum que contribui para as faltas. Pacientes com baixa autoestima ou que enfrentam dificuldades em se comprometer com seus próprios objetivos negligenciam a importância da terapia. Isso se intensifica em momentos de vulnerabilidade, quando o medo de fracassar ou de enfrentar traumas antigos se torna mais evidente.

Um exemplo clássico é o paciente que cancela a sessão logo após uma discussão intensa na terapia anterior. A falta é interpretada como uma forma de evitar o desconforto emocional gerado, reforçando a necessidade de abordar a resistência na próxima oportunidade.


Fatores externos que influenciam a ausência

Embora muitos motivos para faltar à terapia sejam internos, fatores externos também têm impacto significativo. Problemas financeiros, mudanças repentinas na agenda e até mesmo dificuldades de transporte são obstáculos práticos que afastam os pacientes.

Outro fator relevante é a falta de apoio social. Quando o paciente não sente que as pessoas ao seu redor valorizam a terapia, ele se sente desmotivado a comparecer. Isso é especialmente comum em casos de adolescentes ou adultos que enfrentam críticas de familiares ou amigos sobre a escolha de buscar ajuda psicológica.

Por exemplo, imagine uma mãe solo que trabalha em horário integral e, além disso, enfrenta críticas da família por investir tempo e dinheiro em terapia. Suas faltas são resultado de um conjunto de pressões externas que dificultam o comparecimento.


Características de pacientes que faltam à sessão de terapia

Quando o paciente falta a terapia, é interessante observar padrões de comportamento. Algumas características são recorrentes nesses indivíduos, como a dificuldade em estabelecer vínculos, a sensação de não merecimento e a resistência às mudanças.

Pacientes que têm histórico de desistência em projetos pessoais ou que demonstram dificuldade em manter compromissos costumam faltar mais às sessões. Isso está ligado a padrões comportamentais, como a procrastinação ou o medo de fracassar.

Além disso, pessoas em momentos de crise emocional intensa ou em quadros de depressão severa faltam mais, já que até mesmo sair da cama é um desafio insuperável. Por outro lado, pacientes que apresentam características de transtornos de ansiedade faltam por medo de serem julgados ou de enfrentarem seus próprios pensamentos.

Um exemplo prático é o adolescente com ansiedade social que frequentemente inventa desculpas para não ir à terapia, mesmo sabendo que precisa. Ele está evitando o desconforto de interagir com o Psicólogo ou enfrentar questões dolorosas.


Por que alguns pacientes não desmarcam ou cancelam?

Quando o paciente falta à terapia sem cancelar ou desmarcar, isso é indicativo de questões emocionais específicas que precisam de atenção. Embora fatores práticos, como esquecimento ou imprevistos, justifiquem algumas ausências, a falta de comunicação é um reflexo de barreiras psicológicas mais profundas.

1. Medo de confronto ou de julgamento

Alguns pacientes evitam desmarcar uma sessão por medo de desagradar ou decepcionar o Psicólogo. Isso é especialmente comum em pessoas que apresentam características de ansiedade social ou que têm dificuldade em lidar com situações de confronto, mesmo quando essas situações são imaginadas. Esses indivíduos preferem evitar a conversa ao invés de enfrentar a possibilidade de explicar suas razões.

Outro aspecto é o medo do julgamento. Pacientes que faltam à terapia sentem vergonha de não priorizar a sessão ou de não conseguir cumprir com suas responsabilidades. Esse sentimento vai levá-los a evitar completamente o contato com o Psicólogo, mantendo o problema em um ciclo de não comunicação.

Por exemplo, imagine um paciente que teve um dia emocionalmente difícil e não conseguiu se organizar para comparecer à sessão. Ele vai sentir que, ao desmarcar, terá que justificar sua ausência e enfrentar um julgamento imaginado pelo Psicólogo, preferindo, então, apenas não aparecer.

Leia também:


2. Procrastinação e dificuldade de organização

Outro fator que contribui para a ausência sem aviso é a procrastinação. Alguns pacientes, especialmente aqueles que já lutam com a gestão do tempo, adiam a decisão de cancelar a sessão até que seja tarde demais para fazê-lo. Esse padrão de comportamento não reflete apenas na terapia, mas também em outras áreas da vida, como compromissos de trabalho ou prazos acadêmicos.

A falta de organização também é uma questão. Pacientes com transtornos como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ou quadros depressivos frequentemente enfrentam dificuldades para gerenciar seus compromissos. Eles podem simplesmente esquecer da sessão ou não se sentirem capazes de planejar uma mensagem para cancelar a tempo.

Um exemplo prático seria o caso de uma paciente com TDAH que frequentemente perde a noção do tempo e, ao se dar conta de que a sessão está próxima, já é tarde demais para avisar. Ela pode até ter boas intenções, mas enfrenta dificuldades reais para se organizar.


3. Evitação e desconexão emocional

Para alguns pacientes, a falta sem aviso está profundamente ligada à evitação. Esses indivíduos estão em um momento emocionalmente desafiador, sentindo que não têm energia ou disposição para enfrentar a terapia. Essa desconexão emocional faz com que o simples ato de cancelar a sessão pareça um esforço insuportável.

Além disso, pacientes que se sentem desconectados do Psicólogo ou do processo terapêutico têm maior probabilidade de faltar sem cancelar. Eles podem pensar: “Se eu não sinto que estou progredindo, por que me preocupar em avisar?”. Essa situação reflete a necessidade de reforçar o vínculo terapêutico e avaliar a adequação da abordagem.

Por exemplo, considere um paciente que, após semanas de sessões, começa a sentir que a terapia não está ajudando. Ele pode evitar o contato como uma forma de “encerrar” o processo sem lidar diretamente com a situação.


Como abordar as faltas de forma estratégica?

O papel do Psicólogo diante das faltas não é apenas entender os motivos, mas também criar estratégias para minimizar o impacto desse comportamento no progresso terapêutico. Quando o paciente falta à terapia, é essencial que o profissional mantenha uma postura acolhedora e não julgadora.

Uma abordagem eficaz é explorar, em sessão, os sentimentos e pensamentos relacionados às faltas. Muitas vezes, os pacientes não têm plena consciência dos motivos por trás de suas ausências. Um questionamento gentil e direto trará à tona questões emocionais ou práticas que precisam ser abordadas.

Por exemplo, para um paciente que mencionou problemas financeiros, oferecer opções de horários mais flexíveis ou discutir a possibilidade de um valor ajustado pode ajudar a reduzir as faltas. Assim, o Psicólogo demonstra empatia e reforça a importância do processo terapêutico.


A importância de reforçar o vínculo terapêutico

Quando o paciente falta à terapia, o vínculo terapêutico pode ser afetado, mas também é uma oportunidade para fortalecer essa conexão. Uma relação sólida entre Psicólogo e paciente é fundamental para engajar o indivíduo no processo terapêutico e minimizar as faltas.

Os psicólogos trabalham para construir um ambiente de confiança, onde o paciente se sinta confortável em compartilhar suas dificuldades. Uma comunicação clara sobre as expectativas do processo terapêutico e os benefícios da regularidade também ajuda a reforçar o compromisso.

Por exemplo, ao perceber um padrão de faltas, o terapeuta pode usar a sessão seguinte para discutir abertamente os desafios que o paciente está enfrentando. Essa conversa pode fortalecer a parceria e abrir caminhos para um plano de ação conjunto.


Perguntas frequentes

  • Por que os pacientes faltam tanto às sessões?
    Geralmente, por resistência emocional, questões financeiras ou falta de apoio social.
  • Como lidar com as faltas frequentes?
    Explore as razões com o paciente, adapte horários ou valores, e reforce a importância da terapia.
  • O que fazer quando um paciente some por completo?
    Tente contato gentil e respeitoso, reforçando que a porta está aberta para o retorno.
  • Características de quem mais falta às sessões?
    Procrastinação, crises emocionais e resistência ao compromisso são características comuns.
  • Como evitar que pacientes faltem?
    Construa uma relação forte, comunique os benefícios e seja flexível com necessidades práticas.

Resumo

TópicoPonto-chave
Significado psicológicoResistência e autossabotagem
Fatores externosProblemas financeiros, falta de apoio social
Características comunsProcrastinação, crises emocionais
Abordagem do terapeutaExplorar sentimentos e adaptar estratégias
Reforço do vínculoComunicação clara e confiança

Palavras finais

Quando o paciente falta à terapia, não se trata apenas de uma ausência; é um reflexo de diversas questões emocionais e práticas. Entender essas dinâmicas é essencial para o psicólogo que deseja melhorar seu trabalho e alcançar resultados mais consistentes com seus pacientes.

Identificar padrões e adaptar a abordagem terapêutica são passos cruciais para lidar com as faltas. Afinal, cada ausência traz um sinal de que algo precisa ser ajustado, seja no plano terapêutico ou na relação entre terapeuta e paciente.

Portanto, mantenha o foco no vínculo, na empatia e na adaptação. Assim, mesmo diante de desafios como faltas frequentes, será possível fortalecer o engajamento dos pacientes e promover mudanças significativas em suas vidas.


Referências

  • BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Mental. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br.
  • FREUD, Sigmund. Estudos sobre a histeria. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
  • ROGERS, Carl. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
  • SILVA, João. Psicoterapia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Editora Psi, 2021.
  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA. Artigos sobre psicologia clínica. Disponível em: https://sbp.org.br.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus amigos e ajude mais pessoas a entenderem a saúde emocional!

Borderline (32) Depoimentos (6) Narcisismo (294) Outros (242)