A maioria de nós diz que quer amor, porém, ao mesmo tempo, também temos algum grau de medo da intimidade.
O tipo e a extensão desse medo variam com base nos padrões de apego que desenvolvemos e nas defesas psicológicas que formamos ao nos protegermos de mágoas precoces.
Esses padrões e defesas nos impedem, ou até mesmo sabotam a vida romântica.
Como os apegos de infância servem de modelo para como esperamos que os relacionamentos funcionem ao longo da vida, então as dificuldades iniciais nos leva a desenvolver autoproteção.
Podemos pensar que queremos amor e conexão, mas em um nível mais profundo, somos resistentes a baixar a guarda por medo de despertar e reviver emoções antigas e dolorosas.
A maioria das pessoas tem medo da intimidade e, ao mesmo tempo, medo de ficar sozinha. Isso cria muita confusão, pois essa ambivalência causa um verdadeiro empurra e puxa no comportamento.
Então, como é possível identificar se o seu medo da intimidade está atrapalhando?
As ações não correspondem às intenções
A maneira como criamos distância em um relacionamento é diferente para cada um de nós, e geralmente é fortemente influenciada pelo nosso histórico de apego.
Para algumas pessoas, a ansiedade de um relacionamento é aparente. Elas percebem conscientemente o instinto de se afastar da conexão ou do compromisso.
Para outras, é mais sutil. Elas sentem como se estivessem tentando se aproximar, enquanto suas ações a levam exatamente ao oposto.
Por causa dessa confusão, a primeira coisa a se refletir é o quanto o que pensamos que queremos se alinha com nosso comportamento.
O apego evitativo
Uma pessoa com um padrão de apego evitativo é indiferente às necessidades de outra pessoa, em particular de um parceiro romântico.
Elas tendem a ser pseudo-independentes, cuidam de si mesmas, mas acham difícil sintonizar e sentir empatia em relação aos desejos e necessidades da outra pessoa.
Elas evitam se aproximar demais e se ressentem de alguém que dependa delas.
Quando o parceiro expressa frustração por querer mais dela, a pessoa com apego evitativo se afasta ainda mais, sendo desencorajada pela “necessidade” do outro.
O apego preocupado
Uma pessoa com um padrão de apego preocupado sente exatamente o oposto, como se precisasse chamar a atenção.
Ela tem uma tendência a se sentir mais insegura, preocupada, paranoica, desconfiadas ou ciumenta.
Ela pensa que está procurando mais proximidade, mas se envolve em hábitos pegajosos e controladores, afastando o parceiro.
O apego medroso-evitativo
Uma pessoa com um padrão de apego medroso-evitativo tem medo tanto de seu parceiro vir em sua direção quanto se afastar.
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Quando as coisas ficam muito próximas, ela provavelmente se retrai, mas quando sente que seu parceiro está se afastando, ela se torna muito pegajosa e insegura.
Conhecer nosso histórico de apego nos oferece uma visão tremenda sobre os padrões e uma melhor compreensão sobre nossos comportamentos.
No entanto, à medida que examinamos os relacionamentos em tempo real, é importante identificar os momentos em que as ações não correspondem à ideia do que queremos.
A hipercrítica
Uma das queixas mais comuns entre os casais depois de algum tempo juntos é que eles pararam de se sentir tão excitados ou atraídos um pelo outro.
Muito disso tem a ver com o nosso sistema de defesa.
Mais proximidade é igual a mais ameaça, portanto, quando as coisas ficam mais sérias, começamos a forçar a distância, entregando-nos a pensamentos e observações muito mais negativos.
Todos nós somos humanos e cometemos falhas, mas as maneiras pelas quais nos tornamos hipercríticos em relação às falhas do parceiro é resultado do medo da intimidade.
A “voz crítica interior” é a linguagem do nosso sistema de defesa, um diálogo interno que nos derruba e muitas vezes nos leva a um comportamento autolimitado.
Esse crítico interno sabota e criar distância. Isso ocorre porque ele é frequentemente operado por nossos profundos medos em torno dos relacionamentos.
Sempre que percebemos nossas cabeças se enchendo de pensamentos sobre as falhas de nosso parceiro, ou analisando demais suas ações e intenções, seremos vítimas de nossa voz crítica interior.
Separar o eu real desse crítico interior significa adotar uma atitude mais vulnerável e compassiva em relação a nós mesmos e ao nosso parceiro.
Mudanças repentinas de sentimento
Por causa desses medos, muitas vezes inconsciente, nossos sentimentos mudam repentinamente.
Em um minuto estamos em um encontro com alguém, rindo e sentindo uma sensação de excitação, na manhã seguinte estamos duvidando e falando sobre nossos sentimentos.
Uma voz surge em nossa cabeça, dizendo: “Ele está muito a fim de você. Você não deveria enganá-lo.” Ou “Ele não é tão atraente assim, e não é exatamente o seu tipo.”
Temos uma tolerância muito menor para estarmos presentes com nossos sentimentos de amor e sermos amados do que pensamos.
Isso geralmente ocorre porque estar conectado a outra pessoa também nos conecta aos nossos medos em torno da perda e à dor de não ter recebido esse amor no passado.
A boa notícia é que quanto mais entendemos nosso medo da intimidade, explorando sua fonte e desafiando os comportamentos que ele inspira, mais podemos crescer nós mesmos e em nossos relacionamentos.
Expandiremos nossa capacidade de dar e receber amor, e desfrutaremos da proximidade e conexão duradouras que dizemos querer.
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