Cabeçalho site

Conteúdos sobre narcisismo, borderline e saúde emocional. Psicólogo online com ética e empatia.

Transtorno de personalidade borderline: eles são perigosos?

Início » Borderline » Transtorno de personalidade borderline: eles são perigosos?

Pessoas com TPB podem apresentar impulsividade, mas o risco de serem perigosas é baixo; o sofrimento geralmente é direcionado a si mesmas.


Idioma:

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um dos transtornos mais mal compreendidos. Caracterizado por intensas oscilações de humor, impulsividade e relacionamentos instáveis, ele levanta muitas dúvidas sobre a segurança de conviver com alguém diagnosticado. Uma das perguntas mais comuns é: pessoas com TPB são perigosas? Este artigo analisa os fatores que justificam os riscos e aqueles que demonstram que a generalização do perigo é um mito.


O que é o Transtorno de personalidade borderline?

O TPB é uma condição psiquiátrica caracterizada por instabilidade emocional extrema, medo de abandono, autoimagem distorcida e comportamentos impulsivos. A pessoa com TPB lida com uma montanha-russa emocional que impacta suas relações interpessoais e sua qualidade de vida.

Por exemplo, uma pequena crítica ou indício de rejeição pode desencadear reações intensas, como explosões de raiva ou profunda tristeza. Muitas vezes, os comportamentos observados são reativos e proporcionais ao sofrimento que a pessoa sente no momento.

Embora a instabilidade emocional gere conflitos e mal-entendidos, é essencial diferenciar entre comportamentos impulsivos e um risco real de agressão ou perigo direcionado aos outros.


Motivos para ser perigosa

Existem circunstâncias em que alguém com TPB parece ou até se tornar perigoso. Isso, no entanto, não é a regra. Aqui estão os principais motivos que podem justificar o comportamento:

1. Reações impulsivas e explosões de raiva

A impulsividade é uma característica central do TPB. Em situações de extremo estresse, especialmente quando a pessoa se sente rejeitada ou abandonada, ela pode reagir com explosões de raiva. Essas reações podem ser direcionadas verbalmente ou, em casos raros, fisicamente.

Exemplo: Se um amigo cancela planos de última hora, a pessoa pode sentir uma dor emocional tão profunda que reage gritando ou quebrando objetos.

2. Falta de regulação emocional

A dificuldade de controlar emoções intensas pode levar a decisões precipitadas ou comportamentos agressivos. Por exemplo, uma discussão acalorada pode escalonar rapidamente, porque a pessoa com TPB não consegue “se acalmar” tão rápido quanto os outros.

3. Comportamentos de risco que afetam terceiros

Comportamentos autodestrutivos, como abuso de álcool ou direção perigosa, podem colocar a vida de outras pessoas em risco indiretamente. Uma pessoa em crise emocional pode agir de forma imprudente, sem considerar as consequências para os outros.


Motivos para não ser perigosa

Apesar de episódios de instabilidade, é importante entender que a maioria das pessoas com TPB não representa perigo para os outros. O sofrimento vivido é frequentemente direcionado a si mesmas, e não a terceiros.

1. O comportamento prejudicial é autodestrutivo

O TPB está fortemente associado a comportamentos como automutilação, tentativas de suicídio e abuso de substâncias. Esses atos refletem uma luta interna e raramente envolvem agressão contra outras pessoas.

Exemplo: Uma pessoa com TPB que está frustrada pode se machucar ou agir de forma prejudicial a si mesma, mas não atacar os outros.

2. Reatividade emocional não significa violência constante

A instabilidade emocional faz com que a pessoa reaja de forma exagerada a estímulos negativos, como críticas ou rejeições. No entanto, esses episódios costumam ser temporários e reativos, não intencionais ou planejados.

Exemplo: Durante uma discussão, alguém com TPB pode elevar o tom de voz ou chorar compulsivamente, mas isso não significa que será fisicamente agressivo.

3. Risco controlado com tratamento adequado

Quando indivíduos com TPB recebem o suporte necessário, como psicoterapia e medicação, eles aprendem a lidar com suas emoções e comportamentos impulsivos. A Terapia Comportamental Dialética (TCD) é um dos tratamentos mais eficazes para reduzir explosões emocionais e comportamentos prejudiciais.

4. Estereótipos negativos aumentam o estigma

A ideia de que pessoas com TPB são perigosas é um mito prejudicial. Esse estereótipo leva à marginalização, impedindo que indivíduos busquem ajuda por medo de julgamento.

Leia também:


Quando ocorre a agressividade?

Embora a agressividade possa ocorrer, ela geralmente tem causas muito específicas:

  • Situações de rejeição ou abandono: A percepção de que estão sendo deixadas pode levar a uma reação extrema.
  • Estresse extremo: Sob pressão, uma pessoa com TPB pode perder o controle temporariamente.
  • Abuso de substâncias: Drogas e álcool podem intensificar comportamentos impulsivos.

No entanto, é essencial destacar que a maioria dos episódios é verbal ou dirigida a objetos, e não violência física.


Como lidar?

Se você convive com alguém que tem TPB, aqui estão algumas dicas:

  1. Mantenha a calma durante os conflitos: Não reaja com agressividade. Tente ser paciente e compreensivo.
  2. Estabeleça limites saudáveis: Comunicar seus limites de forma clara pode ajudar a evitar situações explosivas.
  3. Incentive o tratamento: Apoiar a pessoa a buscar ajuda profissional é fundamental para o manejo do transtorno.
  4. Evite julgamentos: Entenda que o comportamento é um reflexo do sofrimento emocional e não uma escolha consciente.

Perguntas Frequentes

1. Pessoas com TPB são sempre violentas?
Não. A maioria das pessoas com TPB direciona comportamentos prejudiciais a si mesmas, e não aos outros.

2. Por que pessoas com TPB têm explosões de raiva?
Essas explosões resultam de emoções intensas e da dificuldade de lidar com rejeição, estresse ou frustrações.

3. O TPB pode ser tratado?
Sim. Terapias como a Terapia Comportamental Dialética (TCD) são eficazes para ajudar no controle emocional.

4. Conviver com alguém com TPB é perigoso?
Não necessariamente. Com compreensão, paciência e apoio, é possível ter relacionamentos saudáveis.

5. Como reconhecer o TPB?
Sintomas incluem instabilidade emocional, impulsividade, medo de abandono e comportamentos autodestrutivos.


Palavras finais

Pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline enfrentam desafios emocionais significativos, mas isso não as torna perigosas por natureza. A agressividade ou impulsividade que ocorre em situações extremas é, em grande parte, reativa e não intencional. O sofrimento é muitas vezes dirigido a si mesmas, manifestando-se em comportamentos autodestrutivos.

É importante combater os estereótipos que alimentam o medo e a discriminação. Com tratamento adequado, apoio familiar e profissional, indivíduos com TPB podem viver de maneira equilibrada e saudável.


Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

LINEHAN, Marsha M. Terapia Comportamental Dialética: Manual de Tratamento para Transtorno de Personalidade Borderline. Porto Alegre: Artmed, 2010.

SENOL-DURAK, Emre; DURAK, Mithat. The Mediating Role of Self-Esteem in the Relationship Between Attachment Styles and Borderline Personality Beliefs. Norsk Epidemiologi, v. 28, n. 1, p. 77-87, 2018.

GUNDERSON, John G.; LINKS, Paul S. Borderline Personality Disorder: A Clinical Guide. 2. ed. Washington, DC: American Psychiatric Publishing, 2008.

ZANARINI, Mary C. Childhood Experiences Associated with the Development of Borderline Personality Disorder. Psychiatric Clinics of North America, v. 23, n. 1, p. 89-101, 2000.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus amigos e ajude mais pessoas a entenderem a saúde emocional!

Borderline (23) Depoimentos (6) Narcisismo (290) Outros (239)


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *